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domingo, 5 de outubro de 2014

No aniversário de 101 anos da Inter de Limeira, pai deve suceder Taymom na presidência

A Internacional deve continuar sendo presidida por um Bueno. No dia 23 de outubro, muito provavelmente, Taymom Bueno será substituído por seu pai, Altair Bueno na presidência. Seu vice seria Paulo Toledo de Barros.

Mesmo com a mudança, o atual presidente continuaria fazendo parte do grupo, afinal de contas, tem ótimo relacionamento com os patrocinadores, com o prefeito, com a torcida e, principalmente com o atual elenco, em especial com o técnico Betão Alcântara.

Altair Bueno está no conselho da Internacional desde 1998 e é um dos mais apaixonados torcedores do clube. Taymom sabe que seu pai é mais explosivo, mas que a Inter poderá se beneficiar de sua força.

"O sangue corre nas veias dele. Ele gosta de tudo certinho e vai dar a vida para o bem da Inter. Se realmente essa transição acontecer, estarei ao lado dele em todos os momentos", confirmou.

Antes das eleições, Taymom Bueno atendeu a Gazeta de Limeira com exclusividade e fez um balanço desses dois anos e meio à frente da Internacional.

Pingue-Pongue com Taymom Bueno:

PE - Você teve muita dificuldade no início de sua gestão?
Taymom - Assumi a Inter num mandato tampão em 01/06/2012, logo após a saída do Dr Ailton Vicente de Oliveira. Ele me deixou um mês e meio de dívidas. Naquele momento a Inter não tinha um jogador sequer, pois todos os atletas haviam sido liberados por ele, inclusive o Lucas Lima. O Dr Ailton mandou uma carta de renúncia através de um mensageiro e nunca mais pisou em Limeira. O supervisor da época, que era o Pedro, fez um levantamento e chegou a quantia de R$ 248 mil em dívidas, entre salários e questões operacionais. Sem brincadeira, mas era mais fácil fechar a Inter naquele momento do que encarar todos esses problemas como eu encarei.

PE - Como você lidou com todos esses problemas?
Taymom - Fui arrumando a casa aos poucos. Meu primeiro objetivo era reduzir essa dívida. Fomos acertando com o açougue, padaria, hotéis e até quitamos os R$ 12 mil da conta de água. A Odebrech ficou tão satisfeita com nossa honestidade, que virou patrocinadora do time e está conosco até hoje. Pagamos os funcionários e alguns jogadores daquele elenco. Claro que não conseguimos evitar processos trabalhistas. Isso é normal, ainda mais em um momento turbulento que a Inter estava vivendo.

PE - Como foi a transição de 2012 para 2013?
Taymom - Em 2012 eu era muito sozinho. Não aproveitei como deveria. Fiz até alguns projetos, mas precisava de mais gente ao meu lado. Em 2013 tínhamos que correr atrás de uma parceria e fechamos com a Casa Soccer para a Série A-3. Não foi do jeito que eu esperava. Nosso orçamento era muito baixo. Não tínhamos receita para fazer um campeonato a altura das tradições da Inter.

PE - Você se assustou com as quatro derrotas iniciais na A-3 de 2013?
Taymom - Quem é que não assusta? Demos azar também que dos quatro primeiros jogos, três foram fora de casa, contra Sertãozinho, Marília e Batatais. Perdemos em casa para o Flamengo de Guarulhos. Nosso time não tinha planejamento e muito menos apoio. Fiquei desiludido após esses tropeços e cheguei a temer pelo pior. Mudamos a comissão técnica e trouxemos o Paulo Cezar Catanoce. Precisei colocar R$ 90 mil do meu bolso para reforçar o time, com medo do rebaixamento. Se a nossa situação financeira já era complicada, ficou ainda mais após a chegada dos reforços pedidos pelo novo treinador. Mas precisávamos tomar essa atitude para o bem do clube. No fim tivemos uma grande arrancada, nos classificamos e quase subimos em Itapira. Mas a Inter não estava preparada para subir, isso na minha opinião. Era preciso primeiro nos reestruturar. A primeira coisa era acabar com a parceria, como de fato fiz.

PE - Você quase deixou a presidência após a Série A-3 de 2013?
Taymom - Estava bastante desgastado, de verdade. Eu tinha uma semana para confirmar a presença da Inter na Copa Paulista. Entrei em contato com o empresário Carlos Braga, do Atacadão Guarujá, e pedi um apoio maior. Ele concordou e decidimos disputar a competição. Foi a redenção da Inter. A partir daquele momento, tivemos uma independência financeira. Somos sustentáveis e temos recursos próprios. Somos muito gratos à ele. A Inter fez uma ótima Copa Paulista e chegou até às quartas de final. Fomos eliminados pelo campeão São Bernardo.

PE - No que deu errado o planejamento para a Série A-3 deste ano?
Taymom - Veja bem, a Copa Paulista fez mal para nosso elenco e explico porque. Os jogadores ficaram demais valorizados e o nosso treinador também. Além disso, o Catanoce não acreditava na nossa base. Ele queria jogadores prontos. Não mantivemos o foco e isso foi ruim para a A-3. Foi pensando em não errar de novo que neste ano fizemos um contrato com os jogadores do atual elenco até o final da A-3 de 2015, com salários estipulados. Isso dará uma tranquilidade maior.

PE - Foi difícil a transição de Catanoce para Claudemir Peixoto?
Taymom - O que mais me chateou no Catanoce foi que demos condições para ele contratar reforços e ele errou nas escolhas. A Inter não tinha guerreiros. Faltou comprometimento. Quando o Claudemir Peixoto chegou, trouxe uma leva de reforços. Era um momento tenso em que não podíamos errar. O fantasma do rebaixamento começou a assustar. Foi então que nos unimos ainda mais. O Osmar Cetim foi fundamental nesse processo.

PE - O início do Claudemir Peixoto foi a contento?
Taymom - Foram cinco vitórias seguidas, curiosamente após a chegada do experiente Luís Mário, que realmente foi uma tacada certa. Mas internamente sabíamos que a Inter não tinha força para subir. O time treinava pouco e não tinha padrão tático para aguentar um quadrangular final. Mas ficamos em uma sinuca de bico, pois não tínhamos como entrar no vestiário e cobrar o Claudemir, afinal ele tinha cinco vitórias seguidas.

PE - Perder o dérbi no Pradão e ver o Independente subir para a Série A-2 em cima da Inter foi o pior momento de sua gestão?
Taymom - Sem dúvida, até porque existe uma grande rivalidade entre as equipes. Vi que a torcida ficou triste e nós também, mas a Inter é maior do que tudo isso. Estamos evoluindo na parte administrativa e nossos projetos estão avançando, como a loja e o memorial. Temos tudo para subir em 2015.

PE - Participar da atual Copa Paulista foi um erro?
Taymom - Não me arrependo em nenhum momento. Hoje a Inter tem um bom elenco, uma ótima base, uma condição financeira melhor e um técnico fantástico que é o Betão Alcântara. Estou orgulhoso do atual momento do clube. A Inter hoje tem direito econômico sobre seus jogadores, tem atletas em times grandes que podem trazer mais recursos para o futuro. A Inter hoje está mais organizada.

PE - O que você espera para 2015?
Taymom - Espero ver a Inter crescendo cada vez mais. Hoje temos pessoas de caráter em todos os departamentos. Temos receita e planejamento pronto. Vamos transformar o futebol em negócio, gerando recursos. Vamos colher o que plantamos. Agora só falta o acesso para a Série A-2. Tenho plena certeza que ele virá no ano que vem. 

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