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sexta-feira, 6 de março de 2015

A volta por cima do coringa André Pastor no Independente


Nos cinco jogos em que esteve em campo neste Campeonato Paulista da Série A-2, o Independente venceu todos (Paulista, Monte Azul, Novorizontino, Catanduvense e Mirassol). Já nas duas vezes que não atuou, o Galo curiosamente perdeu (Santo André e São Caetano).

Coincidências à parte, André Pastor deixou de ser um reserva imediato para o sistema defensivo para se tornar uma peça importante no atual esquema tático do técnico Álvaro Gaia. Hoje ele não carrega mais a desconfiança do torcedor. Foi a verdadeira volta por cima.

André Luiz Silva Marches vive, sem dúvida alguma, a melhor fase de sua carreira.

"Me sinto mais confiante e com mais disposição. Vejo que todos estão me apoiando e isso me deixa muito feliz. Quero aproveitar ao máximo essa chance e corresponder à altura toda confiança depositada em meu futebol", comentou.

André nasceu em Ouro Preto, Minas Gerais, no dia 20/10/1988. É filho único do casal Luiz Marches, que trabalha com contabilidade, e da secretária pública Elisamara Gomes.

André começou sua carreira no Grêmio Barueri aos 17 anos. Depois de disputar uma Copa São Paulo de Juniores, foi contratado pelo Rio Claro, através da empresa New Time. Foram dois anos e meio no Azulão, com direito a uma participação na Série C do Campeonato Brasileiro.

André passou a ser um nômade no futebol. Vestiu as camisas do Juventus de Jaraguá do Sul, Bangu, Atlético de Sorocaba, Mixto do Mato Grosso do Sul, Coimbra de Minas Gerais, Taboão da Serra e Guarujá.

Foi no time do litoral paulista que André conheceu e passou a trabalhar com o técnico Álvaro Gaia. Quando se apresentou ao Independente em dezembro de 2012, o treinador fez questão de trazer seus jogadores de confiança. Um deles foi André Marches.

Superação

André teve muita paciência para esperar esse momento.

"Sempre fui focado. Nunca pensei em parar ou desistir. Mas confesso que pensei até em deixar o Independente, mas não tive coragem, pois gosto muito daqui. Não queria sair pela porta dos fundos. Em 2013 por exemplo, joguei apenas cinco partidas. Mas o que me segurava aqui era a confiança que o professor Álvaro Gaia me dava. Ele sempre conversava comigo e explicava a situação. Me pedia para continuar treinando forte, que uma hora a minha chance chegaria. Não foi fácil, mas coloquei minha carreira nas mãos de Deus e ele me orientou. Foram dias difíceis", comentou.

Outra dificuldade encontrada pelo coringa do Independente era a desconfiança do torcedor.

"Era evidente que poucos confiavam em mim. Quando algum zagueiro ou volante era suspenso ou se machucava, sabia que tinha que fazer uma partida impecável. Eu não podia errar. Também sabia que por mais que eu jogasse uma grande partida, sairia na próxima. Era muito ruim essa sensação. Mas como disse, tive calma e perseverança. Hoje tenho a recompensa", frisou.

O momento mais difícil nesses três anos de clube foi na derrota para o São José por 4 a 1, em Araras, pela Série A-3 de 2014.

"Comecei na reserva, mas logo no início do jogo o Denner se machucou. Entrei na partida e tomamos três gols em quatro minutos. Perdemos por 4 a 1. Sai cabisbaixo de campo, sem entender o que tinha acontecido. Mas recebi uma grande força do professor Gaia. Ele sabia que eu estava precisando desse apoio. Esse ato dele foi muito importante para eu seguir em frente, sem esmorecer", lembrou.

Casamento

André Marches, ou André Pastor, apelido que ganhou do repórter Denis Suidedos por participar de grupos de orações no Pradão com Xandão, Thiago Índio e Serginho Menes, aponta o casamento como um dos grandes responsáveis pelo seu crescimento no Independente.

"Devo muito a minha esposa Sintique, que é um nome bíblico. Estamos casados a um ano. Minha vida melhorou 100%. Só tenho que agradecer", disse.

Aos 26 anos, André Pastor não pensa, pelo menos nesse momento, em jogar na Europa como a maioria dos jogadores.

"Quero muito ver o Independente subir. Quero continuar aqui. Sou feliz no Pradão e tenho prazer de jogar. Fiz amigos em Limeira. Moro aqui com minha esposa e quero constituir uma família nessa cidade que me acolheu tão bem. O Independente estando bem, estarei também", confidenciou.

Com 1m86 e 82 kg, André, que em Minas torce para o Atlético/MG e é fã de carteirinha do meia Kaká, é uma espécie de coringa de Álvaro Gaia. "Só não joguei de goleiro até agora", sorriu.

O jogador acredita no acesso do Independente para a elite e rasgou elogios ao elenco. "O entrosamento é muito importante, mas a união do grupo pode levar ao acesso. Estamos no caminho certo", afirmou o atleta, que vestiu a camisa do alvinegro 54 vezes. "Ainda falta meu golzinho também. Quem sabe aconteça contra o Água Santa, neste sábado na Rua Javari", completou.

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